Ressaca do mar é atração durante fim de semana

No sábado e no domingo, ondas passaram de três metros no litoral de Fortaleza, atraindo curiosos

A onda quebra a toda força e se choca contra o paredão de rochas. A água espirra sobre o calçadão, lava o passeio e molha os carros. Para não levar um banho, coopistas atravessam a calçada ou pulam de susto. Turistas e fortalezenses mais "relaxados" aproveitam para bater fotos, filmar ou simplesmente serem banhados pelo mar.

A maré cheia registrada nesse fim de semana em Fortaleza mudou o cenário das tardes da Praia de Iracema. Ontem, segundo as previsões do Banco Nacional de Dados Oceanográficos, o nível do mar chegou a 3,2 metros na capital cearense. No sábado, a altura ficou em 3,1 metros. Até a Estátua de Iracema levou "espirros".

A "ressaca" do mar fez a estudante Karine Sales, 22, ir, ao lado da mãe, ver o espetáculo pela primeira vez. De câmera na mão, registrava todos os momentos. "As ondas estão muito altas, quebrando muito em cima do ´paredão´", exclamava.

Quem fez a festa foram os surfistas. O encontro das ondas que vinham do mar com as que eram rebatidas pelo paredão fez muitos bodyboarders voarem a metros do chão. O surfista Thiago Pereira, 16, não gostou do "mar mexido" em frente ao Hotel Esplanada e se deslocou até a Ponte dos Ingleses. "A maré alta é boa por causa da qualidade das ondas", explicava.

O mototaxista Francisco de Araújo, 40, ficou impressionado com a agitação do mar no fim de fevereiro. "Faz 50 anos que ando aqui. Geralmente, a ressaca é em janeiro. Tem muita coisa estranha acontecendo no mundo", disse, lembrando dos terremotos no Chile e no Haiti.

O engenheiro de pesca Carlos Riedel, 37, que vai à Praia de Iracema desde criança ver as ressacas, explica que a maré cheia é comum também em fevereiro. Segundo ele, a agitação é provocada em fases de lua cheia e está relacionada à ocorrência do swell, ondas oriundas de tempestades sobre o Atlântico Norte. Essa é a mesma explicação dada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

A agitação do mar não provocou ocorrências graves na Capital. Nesse domingo, o Corpo de Bombeiros atendeu a cinco princípios de afogamento, todos na Praia do Caça e Pesca.

RISCO
Proteção da pele ainda é negligenciada em Fortaleza


Esteja a maré cheia ou baixa, muita gente continua sem tomar as providências exigidas para a proteção da pele e deixa de aplicar o protetor solar, o que pode acarretar a incidência de doenças graves, como o câncer. Na semana em que os raios ultra-violetas chegaram ao patamar extremo de 14 pontos em Fortaleza e o sol se apresenta abrasador, a desinformação ou o comodismo são os principais fatores da não prevenção.

Não são apenas os frequentadores das praias que, muitas vezes, negligenciam a própria saúde. O problema afeta muitas pessoas que ficam expostas ao sol durante o trabalho, caso de policiais, vendedores ambulantes, garçons, vigias etc.

O Índice Ultravioleta (IUV) é uma medida da intensidade da radiação solar incidente sobre a superfície da terra, inclusive a pele humana, que varia de um a 14 pontos e é considerado alto a partir de seis e, extremo, acima de dez. Desde a última terça-feira, ele se encontra no patamar máximo. Já a temperatura de ontem esteve em torno dos 33 graus por volta do meio-dia.

Na Volta da Jurema, por traz das quadras, onde é realizado um racha aos domingos, a maioria dos jogadores não usava proteção. "Como a gente se movimenta muito e para a fim de descansar, creio que a camisa seja suficiente para nos proteger do sol", disse o garçom Ronaldo Santos Sobrinho.

Divulgando uma Ótima banda do Ceará, Mafalda Morfina...